Começa hoje o muito oportuno e relevante segundo Congresso Internacional Marx em Maio, em Lisboa, organizado pelo Grupo de Estudos Marxistas. A página do congresso contém, para além do programa que incluo em cima, vídeos, resumos das intervenções, e notas biográficas dos participantes.
Apresentarei amanhã no congresso uma comunicação com o título “A Arte como Trabalho ou O Trabalho como Arte”, integrada num painel sobre estética e marxismo, e que resumi assim:
Em 1924, o cineasta soviético Dziga Vertov respondia à revista Kino defendendo a destruição do conceito de arte que “protege uma casta inteira de pessoas privilegiadas”, que se vêem como “milagreiros”. No ano da morte de Lénine, Vertov combatia assim uma perspectiva que considerava ser contra-revolucionária e idealista, afirmando “que não há fronteira entre o trabalho artístico e não-artístico”. Esta investigação desenvolve estas sugestões, a partir da análise crítica, materialista e dialéctica, de Karl Marx (e Friedrich Engels) ao trabalho. O capitalismo reduz o trabalho a uma actividade instrumental e forçada, um meio de alienação. A transformação histórica e prática das relações de produção num processo de emancipação humana, tornam o trabalho numa forma de realização e desenvolvimento integral, criador e criativo.